Parece surreal o modo como o cenário pós-eleitoral em nossa cidade, mudou a expectativa das pessoas em relação ao futuro de Ubatuba. Parece que voltou a esperança de dias melhores em relação ao papel do governo municipal na melhoria da qualidade de vida da população. O resultado da eleição para prefeito e vereadores reflete o descontentamento da população com o “modus operandi” dos atuais executivo e legislativo. A renovação capitaneada pelo eleitorado deu aos eleitos,representatividade para poderem exercer pienamente seu papel e iniciarem um processo de mudança, para melhor, em nossa sociedade.
Ao mesmo tempo então, em que boa parte da população volta a ter esperança em dias melhores, surge a preocupação de uma transição eficaz e o menos prejudicial possivel a nossa sociedade. O processo democrático eleitoral brasileiro, se dá por razões de cunho legal e administrativo, nos meses de Outubro e Novembro (com as eleições de 1° e 2° turno), dando-se posse aos eleitos no dia 1º de Janeiro. Este mecanismo ,talvez eficiente em municípios do interior de nosso imenso país, é especialmente funesto ou nefasto para os municípios litorâneos, que dependem visceralmente do turismo intenso das chamadas “temporadas” de verão. Funesto porque as novas gestões, empossadas em 1º de Janeiro, muitas vezes assumem uma máquina (a prefeitura) propositalmente “quebrada” pela gestão anterior derrotada nas eleições. Já assistimos a uma troca de prefeito em Ubatuba, onde as máquinas de manutenção da Secretaria de Obras e computadores de setores administrativos estavam propositadamente inoperantes. Isto no dia 1º de Janeiro, auge do movimento de temporada. Este tipo de atitude inconsequente e diria até criminosa, prejudica a toda uma cidade e seus visitantes, no momento em que mais se precisa de uma estrutura que funcionando bem, já é sub-dimensionada para as necessidades normais da cidade (fora das temporadas). Este assunto inclusive, deveria ser objeto de estudos por algum deputado federal com propostas de mudanças nas eleições, para os municipios litorâneos de nosso país.
Supondo então, de forma otimista, que o bom-senso impere e que a transição de governo seja de forma harmoniosa entre vitoriosos e derrotados, os problemas da nova gestão e da cidade continuam imensos, pois temos em todas as temporadas, sérios problemas de coleta de lixo e saneamento, trânsito, segurança, um hospital sem recursos , centenas de ambulantes ilegais em nossas praias competindo com o comércio, cobranças de estacionamento a serem no mínimo auditadas e controladas, ônibus e vans ilegais necessitando de controle, contratações, demissões, licitações, contratos , etc,etc,etc.
Nao podemos nos esquecer ainda, que a máquina administrativa em si deverá estar lançando os fundamentais carnês de cobrança de IPTU, (um dos principais recursos do orçamento), com um orçamento feito pela Câmara e Prefeitura anteriores
Um verdadeiro caos, não é mesmo,? Comparo esta situação à troca de maquinista e equipe de um trem, cheio de gente, descendo a serra em toda velocidade. Os passageiros somos todos nós. Precisamos todos colaborar e alertar para que esta transição de governo se dê com responsabilidade, de forma a equacionar estas e muitas outras questões relevantes, para que a próxima gestão possa começar literalmente com o pé direito. Isto é necessário para o benefício de todos nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário