quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Não Dá Para Ficar Em Casa Só Reclamando', diz diretor de ONG

Fonte: Folha de São Paulo e AMARRIBO

Há cerca de 20 anos, Rodrigo Bandeira Luna, 41, largou seu emprego no mercado financeiro para se dedicar ao terceiro setor. Em 2009, criou o Cidade Democrática (cidadedemocratica.org.br), no qual é possível apontar problemas da cidade e discutir soluções.

Desde criança morador da Pompeia, na zona oeste, o administrador de empresas acredita que a cidade possui muita gente capacitada, mas que os paulistanos precisam se unir para lutar por melhorias.
 
O que falta para São Paulo ser mais democrática?
 
Falta percebermos que o poder está nas nossas mãos. Não dá para ficar em casa vendo TV, só reclamando da vida e tentando ganhar mais dinheiro. A gente precisa se encontrar no espaço público.
 
Como vê a disputa entre moradores e skatistas na praça Roosevelt?
 
O assunto é emblemático do nosso desafio de dialogar. O lance é conversar para estabelecer acordos. É assim que se constrói a vida em sociedade.
 
Que lugares conseguiram melhorar por conta desse tipo de acordo?
 
O Morumbi é um dos lugares com mais área verde na cidade. É porque as pessoas falaram: é isso o que a gente quer e vamos lutar para manter assim.
 
Não tem a ver com a população ali ser mais rica e ter mais influência?
 
Sim, mas podemos ter influência se soubermos o que queremos. Se você não sabe o que quer, vem um candidato e você diz: "Acho que ele é o mais preparado".
 
O paulistano não sabe votar?
 
As pessoas ficam nas redes sociais defendendo seu candidato a todo custo. Mas qual é seu comprometimento com o candidato? Se ele faz algo com que discorda, você deveria dizer: "Votei nesse cara e acho um absurdo ele fazer isso".
 
O que SP tem de melhor em relação a outras cidades nesse quesito?
 
São Paulo tem muita competência. Tem gente boa, que tem experiência, habilidade. São Paulo agrega muita gente capacitada para tornar a cidade melhor.
 
E de pior?
 
A gente não constrói uma cidade que recebe bem o outro. Somos fechados, provincianos. As pessoas viajam e dizem: "No exterior é que é bom". O que as comparações fazem é nos apequenar.

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