Elias Penteado Leopoldo Guerra
“Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante.” (Albert Schweitzer)
Ubatuba tem algumas características próprias e exclusivas: uma das cidades com maior número de bicicletas cujo tráfico é também um dos mais insanos e irresponsáveis do Mundo, onde se fala com total liberdade e irresponsabilidade sobre outras pessoas, que é o paraíso das “fofocas”, ou seja, é a cidade com o maior número de “fofocas” e comentários irresponsáveis sobre outros (aqui faço uma exclusão: o que falamos e publicamos está fartamente baseado em irrefutáveis provas, como já demonstrado amplamente no Judiciário) e é também uma das cidades que abriga o maior e imenso número de cachorros abandonados nas ruas.
Quando pessoas, ao caminhar, passam por animais abandonados é comum ouvir-se dessas pessoas expressões como “Que dó”, “Que absurdo, como a Prefeitura deixa isto acontecer e não faz nada”, “Que pena, coitados dos animaizinhos...”, “Isto me dá uma dor no coração, que tristeza...”. Mas as pessoas continuam a transitar e nem cinco minutos após continuam suas conversas (provavelmente sobre outras pessoas) e já se esqueceram do pobrezinho do animazinho abandonado e só, sem comida, sem obrigo, sem afeto.
Há entretanto e felizmente , também, exceções para confirmar a regra: no caminho do caisão encontrei uma pessoa tentando se aproximar de uma cachorrinha abandonada, que no dia anterior havia mordido sua mão quando ela tentou se aproximar para lhe fazer um carinho. Neste dia, conseguiu se aproximar e fazer um afago no animalzinho abandonado. Ao parar para observar a cena, essa pessoa disse-me que diariamente, pela manhã e no fim da tarde, ela traz água e alimento para a cachorrinha.
No dia seguinte , quando retornei ao mesmo local, encontrei um pote com água, duas quantidades de ração, alimento em um pequeno prato de plástico e uma pequena “cabana”, uma pequena “barraca” improvisada com um pedaço de plástico e apoiada por pedras, para servir de toca para o animalzinho.
Esta pessoa não me disse que tinha dó do animal, que era uma pena ela estar abandonada, sem abrigo, carinho ou companhia, não me disse que era uma tristeza e uma irresponsabilidade da Prefeitura em deixar um animal abandonado. Essa pessoa AGIU, FEZ ALGUMA COISA...
A grande lição que essa pessoa simplesmente deu foi a de AGIR, FAZER E NÃO FALAR...A grande regra de ouro é pois: FAÇA O QUE DIZ... e não o que comum se fazer: dizer mas não fazer nada.
É muito fácil falar, não nos custa nada, até papagaios falam...A maioria das pessoas fala como os papagaios, ou seja, com sons compreensíveis, mas sem sentido, sem significado e sem intenção, pois estão sempre esperando que outros dêm a solução. Não assumem nada, sem qualquer compromisso com qualquer coisa, não se sentem responsáveis pelo mal que existe.
No entanto o mal existe por sua omissão e irresponsabilidade. Não são capazes, ou nem sequer estão interessados, em dar a resposta adequada, mas entretanto TUDO COMEÇA EM NÓS, como muito bem disse o grande gênio que nos deixou há dois anos, Michael Jacson :
”esperamos que os outros resolvam, mas, na verdade, tudo começa por nós...!”
"No semblante de um animal que não fala, há todo um discurso que só um espírito sábio é capaz de entender." Provérbio Indiano
Um comentário:
Sempre é muito importante que haja espaço para que o problema dos animais abandonados seja objeto de reflexão!
Isso abre oportunidade para alguma transformação!
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