Apesar de eu não gostar de redes sociais como o Orkut, Facebook e outras do gênero, sou obrigado a concordar que as mesmas possuem um papel bastante importante, no que tange a entender e observar como as pessoas pensam e agem. As redes sociais conseguem captar e mostrar atitudes impulsivas e minimamente trabalhadas. Seria, na realidade, o estágio mais próximo de uma conversa pessoal, frente à frente. Obviamente que as redes sociais possuem um lado extremamente negativo, pois isolam as pessoas na frente de uma tela de computador, fazendo-as acreditar que estam convivendo e se relacionando.
Não possuo perfil pessoal em uso em redes sociais, mas em função do blog Ubatuba Cobra e única e exclusivamente no intuito de ampliar a divulgação das publicações, criei perfis do Ubatuba Cobra no Facebook, Orkut e Twitter. O resultado tem sido bastante satisfatório, com relação à captação de acessos. Já há algum tempo tenho observado um crescimento e uma constância nos comentários às publicações, sendo que ontem alguns comentários deram origem a esse texto.
Inicialmente gostaria de esclarecer que no Ubatuba Cobra não existem textos soltos, independentes ou sem ser atrelados a um conceito maior. Ontem em função da matéria sobre a AMARRIBO em Teresópolis - RJ, vários leitores fizeram comentários. Em um determinado momento um leitor, cujo nome não vou declinar, pois não solicitei autorização para tal, questionou um ponto bastante importante, referente a agressividade utilizada em muitos dos textos e a possibilidade de atrair um maior número de leitores, através de uma adjetivação mais leve ou até mesmo inexistente. Após a manifestação de uma leitora que não concordava com a crítica construtiva do leitor, o mesmo demonstraou também estar em dúvida sobre o tema.
Quando optei por não me manifestar sobre a discussão apresentada foi pelo fato de achar que o assunto deveria ser discutido de forma mais ampla e aberta a todos. Concordo que o tom agressivo possa afastar muitos leitores, porém busco qualidade e não quantidade. Aliás a busca incessante por quantidade em detrimento da qualidade é uma das grandes responsáveis pelo atual estado de caos em que vivemos. Um exemplo disso são os políticos que para se eleger beijam criancinha com o nariz escorrendo e aceitam o voto de qualquer um. Quando eleitos são obrigados a agradar a Gregos e a Troianos em função dos votos recebidos. Mais importante que a busca por mais leitores é a gravidade da situação em que vivemos.
Ubatuba está um caos e a situação piora a cada dia. Vivemos em uma situação de emergência que não permite novos erros. Pior do que a crise ética e moral é a inércia dos cidadãos que vivem em Ubatuba e andam com cara de paisagem, como se nada estivesse acontecendo. A mesma agressividade encontrada em meus textos, também pode ser vista nos remédios que tentam curar o cancer, nos choques elétricos que tentam recuperar um paciente cujo coração tenha parado de funcionar, na atuação de oficiais do exército em situação de guerra, nos juizes durante uma audiência e até mesmo nos pais ao repreenderem o filho. De modo algum pretendo fazer a apologia da agressividade, mas tão somente demonstrar que muitas vezes ela é o único método rápido e disponível para fazer com que as pessoas saiam de seu torpor.
Tenho plena conciência de que a Saúde de um ser humano é diretamente proporcional aos cuidados que o mesmo tem consigo mesmo, porém há situações que uma intervenção mais agressiva e portanto rápida deve ser tomada, pois a simples alteração de hábitos de vida não trará os resuultados almejados na velocidade necessária. Ou seja, de que adianta um comprimido homeopático, caminhadas e uma reeducação alimentar para quem está tendo um ataque cardíaco?
Ubatuba vive uma triste realidade onde muitos agentes públicos e políticos se consideram acima de tudo e de todos. São pessoas que pensam estar acima do poder que pertence única e exclusivamente à população que os elegeu ou permitiu que fossem eleitos. A grande parte da população perdeu a noção de que o verdadeiro e único Poder está nas mãos da mesma, como um todo e não pode ser personificado. Por não saber que o poder é único e pertence a sociedade como um todo, muitos cidadãos temem os agentes públicos e políticos, que são, na realidade, representantes do povo, à serviço do povo.
Não devemos nos esquecer que o humor e os humoristas são extremamente agressivos e que o grande objetivo deles é o de conscientizar a sociedade através da ridicularização de fatos e pessoas. Portanto vemos que a agressão possui várias facetas e é muito mais utilizada do que possamos imaginar. Na realidade as ações em sí possuem pouca ou nenhuma importância, pois o que as motivou, em muitos casos, é a grande chave para decifrar o ocorrido e averdadeira intenção.
Meus textos são agressivos, irônicos e estão no limite entre o Direito a liberdade de pensamento e o Dano Moral. Enquanto tivermos uma sociedade omissa e agentes públicos ou políticos como Eduardo de Souza Cesar, Marcelo dos Santos Mourão, Percy José Cleve Kuster, Délcio José Sato, Gerson de Oliveira (Biguá), Silvinho Brandão, Clingel Frota, Ernesto Ferreira Cardoso Jr, entre outros, serei obrigado a continuar a expor as arbitrariedades e desmandos, citando textuamente os nomes e adjetivando as condutas.
Como mencionei no início do texto, não há publicação sem sentido ou sem relação no Ubatuba Cobra. A publicação sobre a AMARRIBO em Teresópolis - RJ, onde o presidente do Conselho de Administração da AMARRIBO foi às ruas junto com a população e a publicação sobre a Páscoa (texto do Veríssimo), foram propositais e demonstram de modos diferentes como a agressividade está presente nos mais diversos segmentos da nossa sociedade e é praticada por pessoas extremamente respeitadas no meio em que vivem. A matéria sobre a AMARRIBO demonstra que a luta por uma sociedade melhor pertence à todos e todos tem a responsabilidade de participar. O texto sobre a Páscoa demonstra como a inocência de uma criança pode derrubar falsos conceitos de religiosidade.
2 comentários:
Sou filho de alemão e tenho um gem neste sentido... Quero dizer que também sinto falta da participação do povo... Mas o povo aqui nesta cidade não há esta consciência social..
Acontece que quem elege os políticos quase não sabe ler e nós que sabemos ficamos vendo o dinheiro público ser embolsado ou gasto sem qualquer competência...
O que nos resta?? Ficar olhando, chacoalhar com a cabeça, ou fazer como você, gritar ... Acho sim que ajuda... Até resolvi escrever um comentário... Acho que é trocando idéias que se começa a unir forças... Vamos seguir em frente nessa rede social, quem sabe assim se forme uma consciência coletiva que coloque Ubatuba pra andar... enquanto isso, que seja xingado quem merecer...
Com sua exposição entendo sua argumentação e apoio... Então, que continue assim, está tudo muito bem feito... Parabéns...
Estas certo. Conte com minha agressividade racional. O excesso de polidez com que tratamos os políticos locais, os fazem pensar que estão trabalhando arduamente e com probidade, porém, os desequilíbrios estão por toda parte.
Nosso sistema viário é caótico e por isto, desperdiça oportunidades únicas de termos um salto comercial e gerarmos mais empregos.
O comércio informal sufoca os que trabalham com critérios adequados, enfim, estamos vivendo o pior dos mundos.
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