segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Parque Vivamar e conceito de cidadania

Em 2001 tive a feliz oportunidade de conhecer o presidente da Associação Amigos de Bairro do Parque Vivamar. Na época eu ofereci às associações de bairro um espaço gratuito na internet, construção gratuita de páginas para a internet e manutenção gratuita das mesmas. De todas as correspondências enviadas, somente obtive retorno de Sérgio Gomes da Cruz Fragoso – Parque Vivamar.

Minha idéia básica com as páginas das associações de bairro estava ligada a importância da internet como meio de divulgação e apresentação das necessidades dos bairros. Através da internet todo e qualquer proprietário poderia obter mais informações sobre o que realmente era feito em seu bairro e o que ainda deveria ser feito.

Durante a construção das páginas da associação do Parque Vivamar tive a oportunidade de conhecer um pouco do trabalho e das dificuldades de Sérgio à frente da associação. Falta de recursos financeiros, falta de reconhecimento dos trabalhos realizados e constante reclamação dos que pouco ou nada contribuíam, compõe um resumo dos problemas que eram e creio que continuem sendo enfrentados. Apesar de tudo, Sérgio continuava e continua seu trabalho e estava sempre disposto a atender quem realmente se interessasse pelo bairro.

Em maio de 2010 recebi uma série de e-mails onde a situação da suposta construção do prédio era tratada. O conteúdo dos e-mails era absurdo e desprovido do mínimo de bom senso. A relação de supostas ilegalidades beirava o ridículo e iam de um suposto cemitério indígena a preservação de cobras e urubus. Referências a potes de ouro sem duende e potes de cerâmica de origem desconhecida também faziam parte do hilário texto. Apesar de atirarem para todo lado e se utilizarem de qualquer informação que pudesse sensibilizar uma ou mais autoridades, notei que nenhuma menção havia sido feita a SAPV – Sociedade Amigos do Parque Vivamar. Não foi necessário mais do que um telefonema para constatar o óbvio. Os pretensos adoradores e protetores da cultura indígena, das cobras e urubus, estavam, na realidade, atuando em defesa única e exclusiva de seus interesses pessoais. Participar de uma associação de bairro e compartilhar dos interesses de toda uma comunidade não faziam parte do rol de prioridades e interesses dos indignados.

Não estou defendendo ou afirmando que a suposta construção é legal. Quero apenas deixar claro que os interesses, dos que dizem escrever em nome de 200 proprietários do Parque Vivamar, não é tão isento de interesse próprio, como possa parecer. Ossos, potes de cerâmica, potes de ouro, urubus e cobras, se realmente existentes, jamais foram objeto de maior interesse e proteção, por parte dos pretensos defensores da natureza e cidadania.

Não é necessário morar no Parque Vivamar para perceber que há problemas muito mais sérios e importantes do que a construção de mais um prédio. O bairro se tornou uma alternativa de desvio do trânsito da região central e bairro do Itaguá, o asfalto das ruas está em péssima condição, há uma favela encostada ao bairro, a participação dos moradores e proprietários na associação é ínfima. Admitir e defender a suposta construção como problema principal é jogar fora e desprestigiar todo o trabalho feito por uma associação de bairro. Mais uma vez vejo meia dúzia de “espertos”, que se consideram o centro do universo e querem impor seus interesses pessoais aos demais cidadãos.

A suposta construção pode ser embargada por argumentos totalmente diversos dos apresentados até então. Caso a SAPV considere que a construção é um problema e caso tal matéria seja objeto de discussão em reunião marcada para este fim (com quem realmente possui legitimidade para falar e votar), estarei disposto a apresentar, gratuitamente, a relação de atitudes que deverão ser tomadas para o embargo da obra.

Recomendo a inclusão de mais um item Onde mais, mas em Ubatuba:

Onde mais pessoas que nunca se preocuparam ou participaram de uma associação de bairro, se acham no direito de utilizar, indevidamente, o nome de 200 proprietários, como sendo partícipes de seus interesses pessoais?

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