quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Novos escândalos, eleições e segundo turno




No dia 03 de outubro elegeremos presidente, governador, 02 senadores, deputado federal e deputado estadual. No Estado de São Paulo há grande possibilidade de a eleição para governador ser decidida já no primeiro turno. Do mesmo modo e caso o quadro atual não sofra alterações, teremos a eleição para presidente também decidida no primeiro turno. Face aos últimos escândalos envolvendo a Casa Civil, seria bastante oportuno e conveniente que a população brasileira tivesse mais informações sobre a questão e seus envolvidos.

Acredito que tudo que acontece possui uma razão de ser e não pode e nem deve ser encarado como um fato isolado. O governo Lula marcou pela troca da era do “não fui eu” pelo “eu não sabia”. Até mesmo em Ubatuba o, ainda, chefe do executivo municipal, parafraseando Lula, sempre se utiliza, do já famoso e consagrado, “eu não sabia”. Seja em Dourados (MS) ou Ubatuba, a justiça, em decisões recentes, teve a oportunidade de demonstrar à população que o termo eu não sabia, em Direito, e em função do cargo do envolvido, pode significar omissão, podendo assim ser imputada uma ou mais das penas previstas por ato de improbidade administrativa. Do mesmo modo o significado de tráfico de influência passou a ser melhor entendido em todo o país e principalmente em Ubatuba.

Voltando a questão das eleições para presidente, considerando que a famosa frase “eu não sabia” é constantemente citada e considerando, ainda, que improbidade administrativa ocorre por ação ou por omissão, creio que a população tenha que tomar uma atitude para que tais denúncias não caiam no esquecimento.

A existência de 02 turnos é uma ótima oportunidade para que o eleitor demonstre o seu poder e postergue uma eleição que está praticamente decidida. Não estou pedindo para que os eleitores mudem seu voto final. Estou, na realidade, pedindo que todo aquele que se cansou de política e de políticos, tome uma atitude no sentido de não permitir que a eleição se decida em um único turno. Se houver uma decisão em turno único, no dia seguinte às eleições, a apuração dos escândalos será sumariamente esquecida. Eleger em um único turno pessoas que possam estar ligadas direta ou indiretamente a tráfico de influências e demais improbidades, dele decorrentes, é dar aval a tudo que foi ou deixou de ser feito.

Não estou querendo dizer que a oposição ao governo federal é melhor ou pior que a situação. Na realidade acredito que a população merece saber um pouco mais de tudo que realmente ocorre. Nesse momento a única hipótese que fará com que as investigações continuem é a existência de um segundo turno, no qual, a oposição resolva sair, temporariamente, de seu profundo adormecimento. Com a continuidade das investigações e mesmo apesar de não acreditar que tudo seja resolvido, acredito que, pelo menos, teremos 02 ou 03 ímprobos a menos e talvez os sucessores de Lula pensem um pouco melhor antes de cometerem um ou mais atos que lesem o patrimônio público e a moralidade administrativa.

Tenho plena consciência de que a impunidade faz com que muitos cidadãos se sintam com as mãos atadas e enojados com essa realidade, da política brasileira. Como conseqüência tais cidadãos optam por simplesmente não votar ou anular seu voto. O número de votos em branco e nulo somados as abstenções têm crescido cerca de 4% a cada eleição. Em 2006 foram praticamente 30.000.000 (trinta milhões) de eleitores em uma dessas situações. O presidente Lula foi eleito com quase 47.000.000 (quarenta e sete milhões) e o segundo colocado Geraldo Alckmin com praticamente 40.000.000 (quarenta milhões). Portanto, fica claro, que o poder dos insatisfeitos com a política de um modo geral é muito maior do que parece. Por outro lado, devemos considerar, que sempre que há poder, há também, uma maior responsabilidade por ações e omissões. Reitero assim o pedido para que aqueles que se enojaram da política brasileira demonstrem tal descontentamento, fazendo com que haja um segundo turno. Sem ações não existem mudanças! Permitir a existência de pessoas que julgam estar acima das leis é, na realidade, criar monstros! As pessoas realmente sérias, tanto da oposição quanto da situação, certamente possuem interesse em que toda a sujeira venha à tona e que os envolvidos sejam extirpados da vida política.

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