sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Legislativo, Executivo e Judiciário: um imbróglio


É gratificante saber que a crise política e de ética, pelas quais passa Ubatuba, não foram suficientes para obstruir a visão da realidade de determinados cidadãos. Eduardo Souza em sua matéria, O papel do Legislativo, conseguiu ampliar uma discussão que há muito se faz necessária. Antes que alguns, dos sorridentes e hipócritas, que enaltecem qualquer ato dos pretensos administradores, venham se manifestar esclareço que meu contentamento com a matéria citada, não se restringe ao fato de eu ter sido mencionado na mesma. Em 26/01/2007 cobranças análogas eram efetuadas, na matéria “A verdadeira função do Legislativo”.

Partilho dos anseios de Eduardo Souza no que se refere a expectativa de que os vereadores, ao retornarem, coloquem finalmente em prática e com todo o rigor necessário, todos os instrumentos que coíbam intervenções e demais desmandos cometidos. Da mesma maneira espero que cada cidadão cumpra o seu papel e cobre de seu vereador tal atitude. Não devemos nos esquecer que a mola mestra que impulsiona os políticos é o voto. Nesse sentido toda e qualquer medida, por mais radical que possa parecer, sempre será tomada por aqueles que possuem o poder para tal, desde que, a população demonstre de modo inequívoco o que realmente deseja.

Muitos cidadãos se dizem incrédulos com relação a qualquer mudança, face a atual composição da Câmara Municipal de Ubatuba. Dizem que tais vereadores mais cedo ou mais tarde se acomodarão, farão novos conchavos, exigirão novas benesses, enfim, nada mudará. Não creio que este seja o momento de julgarmos o passado de cada um dos edis eleitos, mesmo porque, não há como discutir inércia e omissão dos vereadores, sem que, de outro lado, também incluamos a inércia e a omissão da população.

O momento é único e pela primeira vez vereadores e cidadãos conscientes perceberam estar no mesmo barco. A intervenção que na visão dos vereadores ocorria apenas com os cidadãos, ocorreu dentro da Câmara, com o auxílio de pessoas nefastas. Hoje a necessidade de uma medida enérgica está embasada na proteção da Câmara como uma instituição.

Aqueles que ousaram intervir no Legislativo demonstraram, antes de mais nada, possuir pouca ou nenhuma inteligência. Agiram como o seqüestrador que mata o refém na frente das câmeras de televisão, pensando que com tal ato estará demonstrando seu poder, sem perceber que sem vítima não há o que ser negociado. Situação análoga ocorrerá na Câmara caso não haja a punição e afastamento dos envolvidos na intervenção entre poderes.

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