Fonte: Jornal Floripa
Fracos e desnutridos, ao menos 221 pinguins vindos da região da Patagônia, na Argentina, chegaram às praias do litoral norte de São Paulo e sul do Rio de Janeiro nos últimos dois meses.
A maioria foi encontrada morta ou morreu no primeiro dia de tratamento. As informações são do Aquário de Ubatuba e do Instituto Argonauta, responsáveis pelo resgate.
Os animais fazem uma migração natural. Saem da região da Patagônia e seguem para o Brasil, entre os meses de abril e setembro, em busca de alimentos. Porém, o número de aves marinhas encontradas mortas neste ano assusta os especialistas.
Do total de animais, 76 foram encontrados mortos, 98 morreram no primeiro dia de tratamento e somente 47 permanecem vivos. Estes estão em processo de reabilitação.
Para efeito de comparação, em 2011, 64 pinguins apareceram nas praias da região e 16 deles estavam mortos.
Para quem encontrar um animal desses pelas praias, o oceanógrafo Hugo Gallo, fundador do Aquário de Ubatuba e presidente do Instituto Argonauta, tem um conselho: é extremamente importante o acondicionamento correto dos animais para que o resgate tenha sucesso.
"Ao contrário do que a maioria acredita, esses animais estão com frio e precisam ser aquecidos", diz ele.
"Portanto, deve-se colocar os animais em uma caixa de papelão envolto numa toalha ou jornal e esperar o resgate chegar", explica Gallo.
Vale lembrar que o Aquário de Ubatuba e o Instituto Argonauta, que trabalham em parceria, são as únicas instituições que possuem licença do Ibama para resgatar aves e mamíferos marinhos no litoral norte.
Os pinguins também estão indo para o Guarujá. A veterinária Andrea Maranho, do Cram Reviva (Centro de Reabilitação de Animais Marinhos), estima que 60 deles chegaram neste inverno. Ela conta que a maioria apresentava sintomas de fome.
"Na autópsia, encontramos no estômago deles lixo e alimentos que não fazem parte do cardápio natural do pinguim, o que mostra que a espécie tem dificuldade para encontrar comida", diz. "Os pinguins chegam às praias com desnutrição grave."
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