terça-feira, 16 de abril de 2013

O Encontro com Si Próprio

Texto: Elias Penteado Leopoldo Guerra

As pessoas procuram manter ou buscar saúde, o bem estar físico, psíquico e espiritual e quando os perdem buscam promover a volta ao estado de saúde, buscam a cura.

A cura psíquica está ligada as emoções e sentimentos da pessoa com relação à sua situação face à realidade, não propriamente ligada à realidade, mas a maneira como a pessoa a percebe e a sente.

O mal estar, contrário à saúde psíquica, resulta da percepção que a pessoa tem sobre a realidade, ou seja, a felicidade ou infelicidade está no interior da pessoa e não no exterior, é consequência de como a pessoa vê a situação e não da situação em si mesma.

Somente a própria pessoa pode sentir e saber o que a perturba, pois seu drama começa em seu interior, portanto a cura é uma jornada a esse interior em busca do conhecimento de si mesma para identificar a causa de seu desconforto. Somente a própria pessoa pode fazer isto, pois é o encontro consigo mesma, que, entretanto, também pode ser promovido pelo encontro com outra pessoa: desta forma, ocorre assim a catarse, que é o efeito salutar provocado pela conscientização da vivencia de uma situação traumatizante, cuja lembrança inconsciente provoca a desconforte sofrido pela pessoa.

O encontro significa estar junto, compartilhar, sentir junto, amar, como, de maneira bela, foi colocado nas palavras de Jacob Levy Moreno, criador do Psicodrama:

“.............

Um encontro em dois: olhos nos olhos, face a face.

E quando estiveres perto, arrancar-te-ei os olhos

e colocá-los-ei no lugar dos meus:

E arrancarei meus olhos

Para colocá-los no lugar dos teus;

Então ver-te-ei com os teus olhos

E tu ver-me-ás com os meus.

Assim, até a coisa comum serve o silêncio
E o nosso encontro permanece a meta sem cadeias:

O Lugar indeterminado, num tempo indeterminado,

A palavra indeterminada para o Homem indeterminado.”
O encontro é o compartilhar energia que possibilita a descoberta de si mesmo, o despertar para nova percepção da realidade, o que só pode ser feito pela própria pessoa, da mesma forma que ninguém pode respirar por ela.

As pessoas não precisam sempre de um conselho, algumas vezes tudo que precisam é uma mão para segurar, ou de um ouvido para lhe ouvir, ou um coração para entendê-las e uma sensibilidade para senti-las e é isto que o psicodrama bipessoal se propõe.

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