As indagações e comentários feitos em função da matéria intitulada "Ex Prefeitos de Ubatuba Criam Grupo Para Discutir o Caos de Ubatuba" me fez antecipar a exposição pública sobre o que penso à respeito da atual situação de Ubatuba, incluindo nessa linha de raciocínio quem considero ser responsável pelo caos e apto a revertê-lo.
Preliminarmente, respondendo aos cidadão que indagaram sobre quem participaria da referida reunião, esclareço que mais importante do que nomes é o fato da reunião ter sido agendada. Em tese todo e qualquer cidadão que tenha exercido a função de prefeito e não tenha falecido poderá participar do grupo. Adiantar os nomes daqueles que iriam ou não participar dessa primeira reunião pouco ou nada importaria e continua não importando, pois o mais relevante é a criação do grupo.
No que tange aos comentários realizados por alguns cidadãos, é importante separá-los em dois grupos, ou seja grupo dos anônimos e daqueles que se identificaram. Há cidadãos que pela natureza de seus cargos, funções ou ligação com as pessoas envolvidas na denúncia, optam pelo anonimato, temendo represálias. Essa classe de anônimos difere e muito daqueles que se utilizam do anonimato por covardia, falta de caráter, para difamar, injuriar e caluniar, sem serem vistos ou identificados. Esse último grupo de anônimos é geralmente formado por falsos cidadãos, que no dia a dia, ficam de quatro para qualquer um que supostamente tenha poder ou esteja no poder. São pessoas que expõem suas opiniões, sem ter o menor interesse em efetivamente trocar ideias e discutir argumentos, pois é impossível dar continuidade ao comentário de anônimos, tendo em vista que não sabemos como e onde contatá-los. O comentário anônimo é útil única e exclusivamente para aquele que o escreveu, criando uma falsa impressão de ter havido participação social, controle social ou exercício de cidadania.
Voltando a questão Ubatuba, problemas e soluções, destaco que a grande maioria dos comentários dos cidadãos que se identificaram bateu na tese de que o caos de nossa cidade decorre da ineficiência e omissão dos gestores anteriores. Tais comentários enaltecem a tese de que quem ajudou a criar o caos não possui legitimidade de auxiliar na solução. Além de simplista essa tese é ilógica e conduz a uma reflexão que a grande maioria da população de Ubatuba não quer enxergar. Cada um de nós é responsável por tudo que já aconteceu, está acontecendo ou acontecerá!
Há cada dois anos temos a missão de eleger políticos que agirão em nosso nome. Quer gostemos ou não, os cargos serão preenchidos por aqueles que se candidataram. Mesmo após as eleições o papel do cidadão permanece vivo e é fundamental para que possamos ter uma cidade melhor, um estado melhor, um país melhor e um mundo melhor. Adoro cozinhar, considero uma excelente distração e higiene mental. Já notei que todas as vezes que preparo uma lasanha, após trinta ou quarenta minutos de forno, o abro e encontro exatamente uma lasanha pronta. Nunca consegui colocar uma lasanha no forno e retirar um lombo assado. Na política e na vida é igual. Jesus Cristo e madre Teresa de Calcutá não são candidatos, portanto não devemos esperar milagres dos políticos e muito menos uma postura irrepreensível dos mesmos. É importante ressaltar que o próprio eleitor não é nenhum exemplo de pureza e honestidade.
O brasileiro possui a péssima mania de culpar os outros pelos seus fracassos, decepções e situações desagradáveis. A população de Ubatuba não é diferente dos demais cidadãos, sendo que, por ser uma cidade pequena, essa triste realidade fica mais latente. Os ex prefeitos cometeram inúmeras falhas, porém quem os elegeu fomos nós população. Nenhum deles tomou o poder a força e sequer se manteve no cargo nessa condição. Enquanto isso, nós população, ficamos refestelados em nossos lares esperando que milagres ocorressem. Durante o período eleitoral sempre optamos por ouvir o canto da sereia em detrimento da realidade que nos trouxe a situação atual. O eleitor não vota em quem lhe diz a verdade, prefere ouvir mentiras, obrigando assim àqueles que querem ser eleitos a esconder a realidade.
Moromizato foi eleito por falta de opção e somente ele e sua gangue de corruptos acreditam que o povo consciente realmente o escolheu. Em menos de dois anos de desgoverno a corrupção atingiu patamares jamais vistos, assédio moral e até mesmo sexual se transformou em regra e deixou de ser exceção. Moromizato e sua gangue conseguiriam deixar ruborizados os maiores canalhas do planeta, pois até mesmo eles não concordariam com as insanidades do até então suposto prefeito. Chegamos ao fundo do poço e é impossível piorar, pois somente um deficiente mental pode ser pior que Moromizato.
A situação acima descrita é um fato incontestável. Os ex prefeitos possuem plena noção da realidade de Ubatuba, de seus erros e de seus acertos. O simples fato de aceitarem se reunir já indica que o bom senso começou a prevalecer. É no mínimo estranho que àqueles que pregam cidadania e participação social queiram agora excluir os ex prefeitos da discussão de Ubatuba e seus problemas. Mais estranho ainda é vermos que muitos daqueles que criticam os ex prefeitos postam mensagens religiosas ou elevam o nome de Jesus. Não tenho religião mas acredito que crer na recuperação do ser humano seja um princípio de lógica e principalmente de fé em que algo muito maior do que nós nos colocou aqui e agora!
Enquanto pensarmos que os outros são responsáveis por nossos problemas e principalmente enquanto acreditarmos que nossa participação se encerra após as eleições, estaremos afundando cada vez mais, permitindo que inconsequentes, omissos e corruptos como Moromizato nos representem. Para termos uma cidade melhor é necessário cobrar, fiscalizar e admitir que muitos de nossos problemas demorarão 30 ou quarenta anos para serem solucionados. A falta de participação do cidadão fez com que muitos saíssem da política ou até mesmo se recusassem a participar da mesma. Somos os maiores responsáveis pela situação atual e os ex prefeitos enquanto cidadãos possuem pleno direito de criar um grupo para tentar alterar a situação atual.
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