terça-feira, 12 de março de 2013

Saneamento na Região Sul de Ubatuba

Texto: Luiz Carlos Lima (*)
 
Em uma localidade onde não há coleta, tratamento e descarte de águas residuais de forma abrangente, é aplicada o Tratamento de Esgoto  com Fossas Sépticas preconizadas na NB 7229/82/92, que é o que acontece na maior parte do município de Ubatuba. 

Nas áreas mais adensadas da cidade de Ubatuba, coexistem dois sistemas: o da SABESP abrangendo a maior área da cidade de Ubatuba e o da COAMBIENTAL que coleta, trata e descarta as águas residuais da área do bairro de Praia Grande (este sistema tem um custo 20% menor que o da SABESP, pela maior eficiência e evolue cada vez mais com a incorporação constante de Ciência & Tecnologia para torná-lo ainda mais eficiente).

Aqui na região sul temos um Sistema de Abastecimento de Água no bairro do Araribá que é gerido de forma cooperativada que funciona muito bem e que o custo 50% menor (taxa de R$7,00/mes sem medidor), que o da SABESP; nesta comunidade,  o tratamento de esgoto é com Fossas Sépticas de acordo com a NB 7229/82/92; e no bairro da Lagoinha, o esgoto sanitário de vários condomínios vai para a ETE que tem quase 30 anos de funcionamento, similar a da COAMBIENTAL e que atualmente precisa de manutenção geral para funcionar em pleno e pode agregar as novas tecnologias empregadas na da Praia Gande.

Na Comunidade Católica de EMAUS foi implantado um sistema de Bio Digestor que inicialmente foi instalado com sucesso em bairro de Petrópolis- RJ, pela Ong SOL, que trouxe a tecnologia que é uma integração do Bio Digestor Chinês e tratamento das àguas residuais com plantas aquáticas (sistema de baixo custo e apropriado para comunidades isoladas), cujo conceito é o tratamento natural, amplamente defendido/divulgado pelos ambientalistas da Permacultura (temos uma no Corcovado) e Ecovilas.

Em Ubatuba temos cerca de 35 Arquitetos, muitos Engenheiros Civis, o Diretor da COAMBIENTAL é Doutor/Professor e Eng. Mecânico e outros, que podem e devem dar suas colaborações e constituirem um corpo técnico que até hoje a prefeitura não tem para dar soluções aos problemas de  Saneamento (Abastecimento dÁgua, Coleta e Tratamento de Esgoto, e Coleta e Tratamento de Lixo).

Assim,  pelo exposto, o Prefeito pode tomar para sí a solução do Saneamento como é previsto pela Constituição Federal do Brasil: está no âmbito do Município  (discute-se no PT a municipalização do Saneamento Básico desde 2005), portanto é hora de ação: sair das firulas jurídicas e fazer um planejamento técnico, discutindo como implantar as diversas modalidades de coleta e tratamento de esgoto num município onde mais 90 % são de áreas de proteção permanente, de exuberante natureza que atrai muitos visitantes e o turismo é a maior atividade, onde a população local tem raizes culturais na pesca e agricultura, bairros dispersos e até isolados, onde o pleno emprego está longe de se realizar, assim, não se pode cobrar altas taxas por serviços de uma grande estrutura empresarial que visa essencialmente o lucro.
 
Resumindo, a comunidade quer e precisa de uma estrutura técnicamente simples e eficaz, cuja taxa a pagar pelo serviço esteja ao alcance de seu bolso, esse é o ideal a ser perseguido na região sul.
 
(*) Luiz Carlos Lima  é Arquiteto

Um comentário:

Andre Guimaraes disse...

Excelente artigo , e necessário elaborar um plano municipal de saneamento básico, com a participação da sociedade em conjunto com alguns técnicos..No meu ponto de vista os biodigestores sao uma excelente alternativa para comunidades isoladas, com a formação do biogas,(técnica esta utilizada nao so em países como a China como países desenvolvidos como a Suíça ).Sao comunidades onde a sabesp nunca vai chegar e onde o turismo e imprescindível.