segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Descaso Com O "Bullying" em Ubatuba

Em 01 de setembro de 2011 recebi um telefonema, de uma cidadã, relatando situações de agressão que sua filha de 08 anos havia sofrido na Escola Municipal Olga Gil, praticadas por um menino de 09 anos, também aluno da Escola citada. Fiquei bastante surpreso com a visão que a mãe da menina agredida demonstrou ter sobre a questão, pois o que de início poderia parecer apenas um telefonema de uma mãe indignada, se mostrou, no decorrer da conversa, como uma verdadeira aula de cidadania, respeito ao próximo (até mesmo ao agressor de sua filha), conhecimento sobre o tema "bullying" e principalmente uma dura e severa crítica aos Agentes Públicos que nada fizeram e até mesmo, aumentaram o problema.em função da omissão e da incompetência. Abaixo a íntegra do e-mail que recebi sobre o caso:

"Boa tarde Sr Marcos

Na metade do ano passado minha filha começou a reclamar que estava sendo ofendida por outro aluno,ela tem 8 anos e o menino tem 9, achei que era coisa de criança e não dei muita importância. No final do ano letivo minha filha continuava reclamando fui até a diretora e relatei os acontecidos, a mesma me disse que o aluno tinha alguns disturbios  e que tinha problemas com ele, minha filha relatou a ela que sempre era chamada de GORDA, BALEIA, INHOHA (personagem do Chaves) ROLHA DE POÇO e MONTE de BANHA.

Adiretora disse que iria tomar providências,as ofensas parou por um tempo e tudo andava bem.

Começando o ano letivo de 2011,o menino novamente começou com as agressões verbais voltei a falar com a diretora e ela me disse que não poderia fazer nada"eu mãe disse a ela se poderia fazer alguma terapia com as crianças e marcar uma reunião com as famílias para podermos nos entender afinal são duas crianças". Ela me disse que a família não em questão era difícil de lidar pois o avô da criança não queria conversa.

Em 27/06/2011 aconteceu o que estava previsto,o menino ofendeu minha filha e partiu pra cima dela, cheguei pra busca-la as 11:45 e ela estava machucada (feito corpo de delito minha filha estava com hiperemia na mão esquerda e hematoma na perna esquerda) boletim de ocorrência 541/2011.

Antes de ir a  delegacia, a diretora ouviu minha reclamação, foi até o portão da escola e disse "NÃO POSSO FAZER NADA vá ao conselho tutelar, a delegacia e denuncie pois não sei o que fazer ESTOU DE MÃOS E PÉS ATADOS, já coloquei o menino no banquinho de castigo, tirei o recreio dele e nada funciona não posso fazer nada, eu sou HUMANA sou de CARNE, porisso quado OUTRAS CRIANÇAS BATEM NELE EU DEIXO ELE APANHAR depois separo pra ele VER COMO É BOM APANHAR.

Haviam outros funcionarios na escola e ouviram, mas como você sabe é sigilo total e ninguém fala a verdade, pois se fizer serão punidos.

Fiquei indgnada e percebi o porque de tanta raiva do menino contra minha filha, toda vez que era punido ele descontava nela pois achava que ela era culpada.

Tenho certeza que  a família da criança jamais teve conhecimento desses ocorridos.

No último dia 15/08/2011 minha filha foi novamente agredida cheguei na escola pra busca-lá  ela estava ela chorando. Nunca disse que minha filha era santa, pois ela como ele "SÃO CRIANÇAS", retirei minha filha da escola e a tranferi pra outra escola e fui acusada que minha filha estava IRREGULAR NA ESCOLA pois moro em outro bairro só que  a ditetora se esqueçe que há na escola muitas crianças também que  moram em  outros bairros  e estudam na mesma escola.

Tenho certeza que as duas crianças são vitimas de uma diretora irresponsável e ditadora pois ela acha que com castigo iria conseguir resolver uma quetão de BULLYNG.

Volto a dizer não tenho nada contra a criança nem a familia que é tão vitima quanto a minha. Nunca fui chamada na escola porque minha filha agrediu alguém ou foi parar  na diretoria. Busquei meios legais para resolver o problema, CORDENADOR DA OLGA GIL, CORDENADOR DA EDUCAÇÃO, relatei o acontecido e eles disseram que iriam resoler. Tentei falar com o secretario de Educação mas não consegui. Ameaçei de ir a mídia, mas para minha surpresa quando recebi uma  uma ligação de uma amiga que o SR secretario de Educação havia dado uma entrevista pra a jornal impresa livre que havia  acontecido o primeiro caso de bullyng na escola, por favor leia a materia do dia 25/08. E para a surpresa a diretora da escola deu a  entender que tudo começou por culpa da minha filha e por ele ter problemas familiares ela levou pra escola seus problemas. Realmente minha filha tem um serio problema pois ela sofre de hiperteriodisde, ela tem 8 anos e pesa 64 kg. Conheço  a filha que tenho ela é relaxada com o material gosta de conversar, mas minha filha nunca foi agressiva e sem educação, é faltosa pois passa com endocrinologista, nutricionista e pediatra.Quantoa diretora ela não é a pessoa mais indicada pra falar sobre isso.

LIGUEI PRO IMPRENSA LIVRE E PEDI O DIREITO DE RESPOSTA PRA ME DEFENDER MATERIA DO DA 26/08 

Minha indignação é saber que existe uma máfia dentro da secretaria da educação. E que a diretora da escola mente ao fazer suas declarações, nunca houve se quer uma reunião, palestra ou seminario pra os pais  e alunos  com o tema bullyng. Esse é um tema que deveria ser discutido em todas a escolas pois o secretario mente ao dizer que esse é um caso isolado, tenho varios depoimentos de outros pais e crianças que sofreram a mesma discriminação que minha filha sofreu.

Precisamos de diretores responsavéis e preparados pra administrar uma escola.Afnal são eles que preparam nossos filhos para a vida academica.

Enilde dos Santos

Qualquer duvida ligue pra XXXXX 
Tenho o B.O CORPO DE DELITO E O PAPEL DO CONSELHO TUTELAR SE PRECISAR ESTOU A DISPOSIÇÃO

   Desde ja grata."

O texto acima relata o que significa conviver com a administração incompetente e nefasta de Eduardo Cesar, aliada a um Ministério Público composto, em Ubatuba, por Promotores omissos, negligentes e que demonstram preocupação apenas com os próprios umbigos. Que fim terá sido dado aos Promotores que se diziam extremamente preocupados com as Crianças e com os Adolescentes? Será que as supostas ilegalidades cometidas nas últimas eleições do Conselho Tutelar são mais importantes do que fatos concretos de crianças sendo alvo da incompetência de uma Diretora de Escola  e de um secretário de Educação que preferem ocultar o problema?

Se os incompetentes de plantão pensam que a voz dessa mãe e cidadã é uma voz isolada, que pode ser abafada, estão muito enganados. O caso terá o tratamento adequado Custe o Que Custar!

Um comentário:

Elias Penteado Leopoldo Guerra disse...

Excelente matéria. É uma séria lição de comportamento social inadequado, não só praticado pelo autor do "bullying", mas principalmente pela omissão e atuação negativa, em primeiro lugar das famílias mal estruturadas e um segundo lugar pelos responsáveis pelas crianças no momento e lugar em que ocorre o "bullying". Não podemos deixar de enfatizar e notar a observação do autor da matéria "Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente.” Trata-se assim de um sintoma de uma anomalia nas relações sociais que não podem ser ignoradas; não basta de “curtamos” a matéria e que nos identifiquemos com ela; é fundamental que assumamos nossa responsabilidade quando, de qualquer forma, estejamos sendo partícipes inconscientes do “bullying”.



Repeti o comentário feito sobre a matéria posterior sobre o que “bullying”, pois está diretamente conectada com esta enorme lição de cidadania e responsabilidade social da mãe da criança que sofreu agressões por “bullying” na escola.
Quero apoiar e reforçar os comentários de Marcos Guerra, pois vão de encontro com o primeiro comentário que fiz, antes de ler esta matéria e os comentários de Marcos.
As conseqüências legais são mais amplas do que as mencionadas pelo comentarista da matéria posterior sobre os aspectos teóricos do “bullying”.
Acredito que a Promotoria Pública da Criança e do Adolescente deve e tem a obrigação funcional de saber disto. É de se notar que o título legal pleno da função da Promotoria é “PROMOTORIA DE JUSTIÇA DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS DO CIDADÃO”,
É, pois, urgente, que os membros da Promotoria Pública de Ubatuba, que são SERVIDORES PÚBLICOS,, OU SEJA, SERVIDORES DA POPULAÇÃO, assumam de vez suas responsabilidades.